Elementos simbólicos e rituais:
Alguns símbolos, gestos e ações simbólico-rituais expressam intensamente a verdade dessa espera em nossas celebrações.
3.1 – O símbolo principal é a Eucaristia, o sacramento da espera: “até que ele venha”.
3.2 – A Palavra (o VERBO!). Advento é tempo especial de escuta, de atenção, de “gravidez” da Palavra: que o Verbo se faça carne em nós! Todo o rito da Palavra merece destaque: o uso do livro, Bíblia ou o Lecionário com fitas coloridas, levado em procissão, beijado, incensado…; o cuidado de preparar bem a proclamação dos vários textos bíblicos, o canto do salmo, ornando-os vivos, bem compreendidos para serem bem acolhidos pela comunidade. E mais: fazer da proclamação um ato sacramental, pelo qual o próprio Deus fale, convocando seu povo à vivência de seu projeto; o silêncio após cada leitura, após a homilia, para “guardar no coração” a boa notícia e o apelo amoroso de Deus.
3.3 – A comunidade reunida para a oração, para a escuta da Palavra e para a ação de graças é sinal sacramental da espera e da chegada do Senhor. Onde dois ou três estiverem reunidos, o Senhor está presente (cf. Mt 18,20)! Os ritos iniciais, constituindo a assembléia, o corpo vivo do Senhor, com acolhida bem afetuosa às pessoas, permitem reconhecer em cada uma delas a presença do Senhor que chega entre nós. O Advento é tempo oportuno de aprofundar e melhorar nossas relações e nossa convivência na família, na comunidade, na vizinhança, como sinal visível da chegada do Reino entre nós. A esperança se reacende quando relações novas e fraternas se estabelecem entre as pessoas.
3.4 – “Cantar o Advento”! Os cantos e as músicas têm papel importante, evocando os temas bíblicos aprofundados, as experiências vividas, os sentimentos de espera, de expectativa pela vinda do Reino. O Hinário Litúrgico, 1° fascículo, apresenta um bom repertório dos cantos para este tempo.”Cantando os salmos e poemas dos profetas e evangelistas de ontem e de hoje, resgatando até, com novo sabor e vibração, as antigas antífonas do “Ó’ com certeza aprofundaremos a nossa fé, reacenderemos a nossa esperança e prepararemos momentos autênticos e gostosos de confraternização.” (CNBB, Hinário Litúrgico, 10 fascículo, introdução).
O canto do Glória, antigo hino natalino é omitido, ficando reservado para o tempo do Natal.
3.5 – O diretório litúrgico indica o roxo como cor litúrgica deste tempo. Porém, a cor rósea ou violácea, indicada para o terceiro domingo, tem sido usada por muitas comunidades, em todo o tempo do Advento: traz aos olhos e ao coração, o sentido de uma alegre espera, diferenciando do sentido mais quaresmal do roxo.
3.6 – A coroa do Advento, feita com ramos verdes, com as quatro velas que progressivamente se acendem, com um rito apropriado, no início da celebração, retoma o costume judaico de celebrar a vinda da luz à humanidade dispersa pelos quatro pontos cardeais, expressa nossa prontidão e abertura ao Senhor que vem e quer nos encontrar acordados e com nossas lâmpadas acesas.
3.7 – Entre os textos eucológicos (orações, prefácios…) deste tempo, a aclamação litúrgica “Vem, Senhor Jesus!” torna-se a grande súplica, o forte clamor das comunidades, em preces, refrãos e antífonas. O Missal Romano, p. 519, propõe uma bênção própria para O Advento.
3.8 – A novena de Natal, feita em grupos, há anos realizada em todo o Brasil, é uma maneira de intensificar a espera e alimentar a esperança da libertação com cantos, orações, meditação da Palavra, gestos de solidariedade e compromisso com os mais pobres, montagem do presépio e momentos de confraternização. Neste sentido, a Novena preparada pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia e o Oficio Divino das Comunidades tem sido uma feliz referência para este momento tão valorizado pelas comunidades.
3.9 – As celebrações de reconciliação e penitência durante tempo do Advento possibilitam às comunidades um caminho de conversão e retomada do projeto de Jesus.